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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Uma carta a você pai...

Pois é, e se passaram 2 semanas praticamente de tua ida pai, e neste tempo todo me mantive calado e sem comentários, é uma dor inimaginável, foi ruim receber a noticia por telefone no seu dia, de que você estava no hospital a 2 dias e que não queria que eu fosse lhe ver, mas eu entendo sua petição. E quando adentrei aquele quarto e o vi ali no leito ainda meio atordoado com tudo aquilo e não podendo falar, foi dolorido pois sempre tive você como um herói, e de repente o herói tornou-se humano, mas ao mesmo tempo se dando a gravidade do problema, você se mostrava aparentemente bem, comunicando por sinais, mas alegre, pensei comigo em silêncio, “caramba o cara até assim consegue se manter inabalável. alegre, vivo” que está é a essência de você, e fiquei muito animado, mal sabia eu que seria nossa ultima troca de olhar e palavras, mesmo que em sinais mais que me tocaram profundamente, penso hoje tanta coisa que gostaria de dizer, tanta coisa por fazer e que agora já não fazem a diferença. Pois um dia após você entrou em coma e meu mundo se torna invisível de repente, muitas preocupações, sofrimento, e em 1 semana você partiu, justamente no dia em que achei que estava por sair do coma, pelos sinais vitais e por de sua forma demonstrar querer sair daquele estado de coma, porém pai, parece até que você arquitetou tudo, esperou todos irem embora após a visita e quando eu subir, e exatamente na porta do seu quarto fui o primeiro a receber noticia de sua partida, pai num primeiro momento fiquei parece que num estado de choque, o silêncio tomou conta de mim, e cinco minutos depois desabei, pai foi numa noite de sexta feira, onde muitos estavam indo se divertir e até mesmo se você estivesse bem estaria também nessa empreitada, mas o caminho foi diferente, e ali começava a dor que jamais pensei que pudesse sentir, como mais o mais velho estive a frente de tudo, foi e é muito dolorido tudo isso, nos detalhes de tudo, no velório, no enterro, cada condolência e as vezes nem acredito em tudo, pai está difícil pra dormir, e complicado pra acordar, a todo instante lembro de você, cada detalhe, cada lembrança, tudo que faço me vem você na memória, se vou a algum lugar de bicicleta lembro de você me ensinando a andar, pai como tem sido difícil dormir, sinto sua falta por demais, sei que você não suportaria e tudo aconteceu por que tinha de acontecer, mas as vezes não me conformo e pela rapidez que aconteceu as coisas, é doloroso, não desejo esta dor a ninguém. Sinto falta de nossas conversas, dos seus conselhos, do nosso dia a dia, de nossas brincadeiras. Sinto falta da amizade que tínhamos, de como éramos amigos, peço ajuda a Deus neste momento doloroso e difícil, todos têm sofrido da forma que melhor lhe cabem, mas eu como tenho estado a frente de tudo, procuro me conter, me segurar, mas nos momentos que estou só, desabo, não agüento, sinto demais tua falta, são muitas lembranças e sempre me acheguei mais a você do que a mãe. Pai obrigado por me transformar nesta pessoa que sou hoje e que tem muito de você, aqui é apenas um desabafo de um filho que na situação de órfão, senti a falta do herói, do meu espelho e mesmo se um dia meus pensamentos não fizerem o que mais gosta, meu coração vai continuar fazendo o que mais ama, amar você, te amo pai e sempre te amarei...

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